Contexto

Desde os tempos coloniais, grandes disputas geopolíticas foram encenadas na região amazônica. Durante o último regime militar, a preocupação com a internacionalização da Amazônia brasileira levou à construção de uma série de rodovias com o objetivo de colonizar a região por meio de assentamentos e projetos empresariais para integrá-la ao resto do país. Esse processo abriu as portas para a ocupação rápida e vasta que resultou no extenso desmatamento da floresta original e uma proporcional perda de serviços ecossistêmicos e culturais da Amazônia. Os governos civis mantiveram o interesse na expansão da rede rodoviária, impulsionados pela lucratividade crescente da pecuária e da produção de soja, juntamente com a necessidade de construir corredores de exportação agrícola através da Amazônia.

Recentemente, o governo brasileiro renovou o interesse na expansão da infraestrutura de transporte em toda a Amazônia, especialmente na “Calha Norte” (norte do rio Amazonas), uma prioridade de segurança nacional de acordo com a visão do governo. A pavimentação ou abertura de novas estradas e ferrovias, junto com a redução das exigências de licenciamento ambiental para grandes projetos de infraestrutura, impulsionará uma nova fase de taxas aceleradas de desmatamento que terão fortes impactos socioeconômicos e ambientais para além da região amazônica.

Projetos de infraestrutura de transporte

Objetivo

Avaliar os potenciais impactos econômicos, sociais e ambientais da infraestrutura de transporte na Amazônia na próxima década.

Quantificar a balança entre ganhos e perdas econômicas dos serviços ecossistêmicos amazônicos, identificando quem serão os beneficiários e aqueles mais afetados pelas perdas.