A principal fonte de emissões de GEE na pecuária de corte é o metano oriundo da fermentação entérica. Para o ano inicial, as estimativas dão conta que essa fonte responde por 89% das emissões totais. Com o crescimento do rebanho esperado para o futuro, projeta-se um aumento também das emissões de metano entérico, sendo tanto maiores quanto maior a quantidade de animais no rebanho. Sob o cenário MIX-PAST projeta-se um crescimento médio anual de 1% nessas emissões, chegando ao final da simulação a 523 Mton de CO2e (84% das emissões diretas de GEE na pecuária). Nos cenários MIX-SUP e MIX-SUP+ essas emissões, em 2030, deverão somar 512 e 504 Mton de CO2e, respectivamente. Como a intensidade de emissão deste gás está diretamente relacionada ao alimento consumido pelos animais, é esperado que a melhoria na dieta promova uma redução na intensidade de emissões entéricas pela redução na idade de abate e, consequentemente, do tempo em que o animal estará emitindo GEE.
Embora seja esperado uma redução na intensidade de emissões de CH4, isso não acontece quando se trata de outras fontes. O uso de fertilizantes para a manutenção do pasto, por exemplo, aumenta substancialmente as emissões de N2O. Essas emissões deverão ser maiores sob o cenário MIX-PAST (28 Mton CO2e), seguido pelos cenários MIX-SUP (24 Mton CO2e) e MIX-SUP+ (22 Mton CO2e) (Figura com a estratificação das emissões por fonte).
Com a reforma das pastagens é projetado também um aumento considerável nos estoques de carbono no solo. Sob o cenário MIX-PAST, estima-se que em 2030, serão acumulados 43 MtCO2e nas pastagens reformadas. Como o sequestro é proporcional à quantidade de pasto reformado, projeta-se para os cenários MIX-SUP e MIX-SUP+ um valor 11 e 19 % menor em 2030, respectivamente. Se considerarmos apenas as emissões marginais, ou seja, aquelas adicionais em relação ao ano inicial, seriam mitigados pelo sequestro de carbono no solo apenas 53, 55 e 56 % sob os cenários MIX-PAST, MIX-SUP e MIX-SUP+, respectivamente.
Dessa forma, o aumento da produção de carne elevaria as emissões líquidas de GEE, independente do cenário simulado. Essas emissões, estimadas em 497 Mton CO2e no ano inicial deverão somar 583, 572 e 564 Mton CO2e sob os cenários MIX-PAST, MIX-SUP e MIX-SUP+, respectivamente. No geral, a intensificação deverá resultar numa redução da intensidade de emissões GEE da carne bovina, esperadas ocorrar em maior grau no cenários MIX-SUP+ (38%), seguido pelo cenário MIX-SUP (37%) e MIX-PAST (34%). A menor redução deverá se dar em um cenário linha de base (BASE).