Agricultura Florestas e Uso do Solo (AFOLU, sigla em inglês)
O setor de Agricultura Florestas e Uso do solo (Agriculture, Forests and other land use – AFOLU) é um dos setores definidos pelo IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) para a contabilização de emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Esse setor engloba as atividades agrícolas que emitem GEE (CH4, N2O e CO2) e as emissões e remoções (CO2) por mudança de uso da terra e/ou manejo que alteram os estoques de carbono da biomassa e dos solos:
Emissões de CH4
1) Cultivo de arroz
2) Fermentação entérica do gado
3) Manejo de dejetos animais
4) Queima de resíduos agrícolas
Emissões de CO2
7) Mudança do estoque de carbono do solo
8) Mudança do estoque de carbono da biomassa viva e morta
9) Queima de biomassa
Emissões de N2O
5) Emissões diretas e indiretas por:
-Uso de fertilizantes orgânicos e inorgânicos,
-Deposição de dejetos animais em pastagens,
-Resíduos agrícolas
-Manejo de dejetos
6) Queima de resíduos agrícolas
De acordo com o quinto relatório do IPCC (AR5) o setor de AFOLU é o segundo maior emissor mundial, ultrapassado apenas pelo setor de energia:
Ainda segundo o AR5, as emissões mundiais de AFOLU diminuíram na última década, mas é importante observar a dinâmica desse processo dentro do setor. Enquanto as emissões agrícolas aumentaram as emissões por mudanças de uso do solo e florestas diminuíram nesse período.
Fonte: IPCC.
No Brasil, até o ano de 2008, o setor de Mudanças de uso do solo e Florestas era responsável por mais de 60% das emissões de GEE. A redução de 75% do desmatamento na Amazônia de 2004 a 2010 (PRODES, 2015) contribuiu para a diminuição de 55% das emissões por Mudanças de uso da terra, de 1990 a 2010. Já o setor agrícola, teve um aumento de 41% das emissões de 1990 a 2010, devido principalmente ao maior uso de fertilizantes e do aumento do rebanho bovino. Dessa forma, o setor de AFOLU no Brasil em 2010 foi responsável por 756 Mton CO2, 30% a menos que em 1990.