Apesar da crescente melhoria de infraestrutura de transporte, o estado do Amazonas ainda apresenta baixos índices produtivos na pecuária bovina. Seus 2,8 milhões de hectares de pastagens apresentam baixa capacidade de suporte, com aproximadamente 0,4 UA/ha, o que reflete diretamente nos índices zootécnicos (ver figura).
Segundo as projeções sob o cenário tendencial, o estado do Amazonas atingiria, em 2031, um total de 2,12 milhões de cabeça de gado bovino, o que representa uma variação de 46,5% em relação ao ano de 2012 (ver tabela). Sua produção de arrobas atingiria o valor de 1,92 @/ha, com uma lotação de 0,40 UA/ha. A introdução de tecnologias, como a terminação em confinamento, aumenta o número de machos abatidos em 185%, chegando a um total 51,7 mil cabeças abatidas oriundas de sistemas intensivos em 2031. Isso representaria aproximadamente 22% do total de gado abatido no estado. Essa taxa de crescimento é elevada, pois o rebanho atualmente em confinamento é pequeno.
A redução da idade do abate é uma consequência da intensificação da atividade pecuária. Sendo assim, estima-se que em 2025 não sejam mais abatidos animais acima de quatro anos de idade, o que beneficia toda a cadeia mercadológica abastecida pelo estado do Amazonas, que produzirá um animal mais jovem e com uma carne de melhor qualidade.
Variação do rebanho total, produção de arrobas por hectare (@hectare), produção de carne em kg de equivalente carcaça, lotação (cabeças/hectare e unidade animal/hectare), área de pastagem e número de machos abatidos por sistema de produção no estado do Amazonas, entre os anos 2012/2031, nos cenários Conservador, Tendencial e Inovador
Indicadores 2012 2031
Conservador Tendencial Inovador
Rebanho total cabeças (mi) 1,44 2,02 2,12 1,85
Produção de @/hectare 1,91 1,78 1,92 2,83
Kg de equivalente carcaça produzido (mi) 80 84,2 86,5 86,1
Lotação - cabeças/hectare 0,52 0,51 0,55 0,72
Lotação - UA/hectare 0,38 0,36 0,4 0,55
Área de pastagens hectares (mi) 2,8 3,98 3,82 2,56
Machos abatidos por sistema de produção (cabeças): 2012 2031
Conservador Tendencial Inovador
Intensivo (mil) 18,1 27,8 51,7 75,9
Semi-intensivo (mil) 23,1 29,6 38 72,7
Extensivo (mil) 105 172 140 76
O cenário inovador projeta que em 2031 o estado atinja um rebanho de 1,9 milhões de cabeças, com uma produção média de 2,83 @ por hectare. Mesmo com um menor número de cabeças, a produção de arrobas por hectare cresce 20% a mais do que o projetado no cenário tendencial, com aproximadamente a mesma lotação, estimada em 0,55 UA/hectare. Com a intensificação do sistema produtivo, estima-se um crescimento de 317,9% no número de animais abatidos terminados em confinamento, representando mais de 30% do total de machos abatidos em 2031 e com a eliminação da categoria de animais acima de quatro anos no ano de 2025. A produção de carne atingiria 4,3 milhões de arrobas ao ano.
Por outro lado, um cenário conservador apresentaria uma produção de apenas 1,8 @/ha, 7,8% inferior ao apresentado pelo cenário tendencial e 60% inferior quando comparado ao cenário inovador, em 2031. O número de cabeças varia em 40,7% quando comparado ao ano de 2012, atingindo um rebanho total de 2 milhões de cabeças. Mesmo com o crescimento de 53% no número de animais abatidos oriundos de sistemas intensificados, o sistema extensivo ainda seria responsável por fornecer mais de 70% dos destinados ao abate com a participação de animais acima de quatro anos, devido a uma menor intensificação do sistema e o uso de áreas de pastagens degradadas com menor capacidade de suporte.