O rebanho brasileiro é constituído em sua grande maioria por animais zebuínos, seja de aptidão leiteira, para corte ou dupla aptidão. A predominância dos zebuínos no Brasil se deve principalmente à sua grande adaptabilidade ao ambiente tropical e adequação a um sistema de criação extensivo. Existem duas maneiras básicas para o criador promover o melhoramento genético do rebanho. A primeira delas é a seleção, que consiste na escolha dos animais que serão os pais da próxima geração, e segunda consiste no cruzamento entre indivíduos de diferentes raças.
As raças de bovinos utilizadas para a produção de carne são numerosas, possuindo diferentes capacidades de adaptação ao clima, resistência aos parasitas, taxas de crescimento, habilidade materna, eficiência reprodutiva, acabamento de carcaça, exigências nutricionais, entre outros aspectos. A estratégia usada para o cruzamento é promover a heterose, incorporação de genes desejáveis de forma rápida e, ainda, a complementação de características desejáveis de duas ou mais raças. A escolha do cruzamento depende de uma série de fatores como: clima, parasitas, exigência nutricional, mercado e adaptação da raça ao meio, por exemplo.
Pesquisas mostram a superioridade dos animais cruzados em relação aos zebuínos puros para características reprodutivas de habilidade materna e crescimento, sendo os animais cruzados superiores em relação ao ganho de peso e ao peso final quando comparados às raças puras (ver tabela). Os animais cruzados foram, em média, 20,5% superiores em relação ao ganho de peso quando comparados às raças puras.
Desempenho de animais de três grupos genéticos terminados em confinamento
Grupo genético Peso final (kg) GPD (Kg)
Nelore 449 1,12
Angus x Nelore 483 1,32
Simental x Nelore 473 1,41