Francisco Gaetani e Raoni Rajão. Foto: Jebs Lima/UFMG
A Universidade Federal de Minas Gerais recebeu na sexta-feira, dia 21 de fevereiro, a visita de Francisco Gaetani, Secretário Extraordinário para a Transformação do Estado do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Henrique Dolabella, Diretor do Cadastro Ambiental Rural, Leonardo Brasil, gerente da Dataprev e outros dois representantes da empresa. Eles se juntaram ao diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas, Breno Esteves Lasmar, membros da equipe técnica da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) e à Secretária Marília Melo em um encontro para apresentação e discussão de tecnologias desenvolvidas pela UFMG que podem auxiliar o Ministério no aprimoramento do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sicar).
Os visitantes foram recebidos pela Reitora, Profa. Sandra Goulart, e pelo Pró-Reitor de Pesquisa da UFMG, Prof. Fernando Reis, e em seguida partiram em visita ao Centro de Sensoriamento Remoto (CSR), laboratório institucional de pesquisa localizado no Instituto de Geociências. Após a visita, juntamente com o coordenador do CSR e do Centro Tecnológico de Análise e Modelagem Ambiental (CT Modelagem), professor Marcelo Costa, os professores Raoni Rajão, Britaldo Soares Filho e as equipes do laboratório e do CT, se reuniram na Escola de Engenharia para apresentações sobre as tecnologias SeloVerde, CAR 2.0 e o Dinamica EGO, software de uso gratuito desenvolvido pela Universidade.
Por meio das apresentações, os pesquisadores demonstraram o nível de maturidade das tecnologias e como poderiam ser benéficas para o aprimoramento do Sicar Federal. Atualmente, o CT Modelagem e o CSR já apoiam seis estados na introdução de novas tecnologias de análise do CAR em seus sistemas estaduais, inclusive Minas Gerais. O estado foi o segundo a implementar a plataforma SeloVerde, no ano de 2023, que disponibiliza estimativas da produção agropecuária, conformidade ambiental e rastreabilidade por propriedade registrada no CAR, e a plataforma CAR 2.0, no ano de 2024, que raliza diagnóstico ambiental automatizado por propriedade.
A capacidade de analisar os dados de Minas Gerais é uma importante demonstração do potencial técnico-científico da Universidade. A base do Sicar do estado é a segunda maior do país, ficando atrás apenas da Bahia, com mais de 1 milhão de imóveis. Os modelos computacionais utilizados no processo são desenvolvidos e rodam dentro do software Dinamica EGO conjuntamente com soluções de código aberto como o Python e PostGIS.
“A análise do CAR e geração de mapas a partir de imagens de alta resolução trazem desafios tecnológicos que estão na fronteira do conhecimento científico nas áreas de inteligência artificial e modelagem espacial em larga escala. Esperamos a partir dessa parceria contribuir para a melhoria do Sicar federal por meio de uma parceria de transferência tecnológica e capacitação da Dataprev, contribuindo para a implementação do Código Florestal em todo território nacional”, afirma Raoni Rajão, professor do Departamento de Engenharia de Produção. O sistema do governo federal, além de ser utilizado pelos estados que não têm Sicar próprio, agrega dados de todos os sistemas estaduais.
O Secretário Francisco Gaetani ressaltou que “a implementação do Código Florestal é uma agenda que interessa a todos os setores, é uma agenda de todo o País. Portanto, precisamos recorrer ao que temos de melhor. O MGI está estruturando o Sicar como uma infraestrutura pública digital para que ele possa atender a diversas finalidades e ser capaz de incorporar as melhores tecnologias disponíveis. Esse é o único caminho possível.”