Compradores e consumidores internacionais de commodities agropecuárias brasileiras já demonstraram preocupação em relação a produtos contaminados pelo desmatamento estarem chegando aos seus países. Na crescente polarização da arena política internacional, vem sendo difícil encontrar um lugar comum que permita buscar soluções concretas para a crise ambiental no Brasil. Para iluminar esse debate, publicamos um artigo na revista Science intitulado “The rotten apples of Brazil’s agribusiness”, em que mostramos que 17% da carne e 20% da soja exportadas para a União Europeia e provenientes do Cerrado e da Amazônia, maiores biomas brasileiros, podem estar contaminados com desmatamento ilegal. O estudo teve grande repercussão nacional e internacional. A proposta deste projeto é produzir uma sequência desse estudo aprofundando ainda mais na relação entre o desmatamento legal e potencialmente ilegal com as exportações de carne a soja. A nossa pesquisa contribui para a busca de soluções mais transparentes e eficazes para a rastreabilidade agrícola.
Nesse contexto, os modelos desenvolvidos pelo CSR e parceiros para estimar o grau de conformidade ambiental por propriedade com registro no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e rastrear a produção de gado e soja, visando determinar potenciais contaminações por desmatamento ilegal, despertaram o interesse do Governo do Estado do Pará. Assim, nasceu a iniciativa SeloVerde Pará, na qual o CSR, em parceria com o Centro de Inteligência Territorial, fornece a base tecnológica para a plataforma que disponibiliza os dados da produção agropecuária e adequação ambiental por propriedade do estado do Pará com registro no CAR.
Posteriormente, o Governo de Minas Gerais também demonstrou interesse pelos modelos e pela plataforma desenvolvida no Pará, e, por meio de acordo de cooperação com a UFMG, foi desenvolvido o SeloVerde MG.