Provavelmente o maior impacto econômico, social e cultural do PPG está associado à transformação do “modus operandi” nas mais de 100 instituições em que nossos discentes e egressos estão trabalhando atualmente (Tabelas 4 e 6). Nossos discentes e egressos têm capacidade de transitar em vários campos do saber, com enfoque nas interações entre o meio ambiente e sociedade e na organização, planejamento e gestão do território. Nossos egressos estão já integrados em diferentes organizações, desde governo, academia, setor privado, terceiro setor (Figura 14 do material suplementar).

Nossa proposta curricular propõe analisar e modelar com objetivo de subsidiar planejamento territorial e formular políticas públicas no Brasil. A análise dos temas das dissertações mostra que 19 dissertações desenvolveram conhecimentos que podem ser usados para planejamento urbano e infra estrutura (planejamento de cidade s- planos diretores municipais (PDM), planos de urbanização (PU), planejamento rural e desenvolvimento sustentável (Figura 24 do Material Suplementar).

16 dissertações fornecem subsídios para gestão de recursos hídricos e planejamento e gestão de bacias hidrográficas. 8 dissertações trabalham conceitos e ferramentas que podem auxiliar a elaboração de planos de manejo de unidades de conservação (UCs) e, por isso, subsidiar políticas públicas para a conservação da biodiversidade e manutenção dos modos de vida das populações tradicionais no Brasil. Nossos trabalhos com extrativismo vegetal procuram solucionar uma grande questão territorial no Brasil: promover desenvolvimento socioeconômico e ao mesmo tempo conservar a biodiversidade e os modos de vida tradicionais que lebes estão associados (seringueiros, quebradeiras coco babaçu, coletores de pequi, açaí, etc) (Figura 24 do Material Suplementar).

Através dos nossos projetos de extensão retornamos à sociedade as habilidades e competências que desenvolvemos em nossos egressos, fornecendo à sociedade civil e instituições governamentais e não governamentais nossa expertise que apoia, por exemplo, a revisão de planos de manejo de áreas protegidas e suas zonas de amortecimento, zoneamento de áreas de aptidão e planos diretores municipais, implementação da rede de infraestrutura e transportes, gestão de pandemias como COVID-19, apoio pericial ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais nas análises e quesitos da tragédia pelo rompimento da barragem na mineradora em Brumadinho-MG, subsídios para a alocação de recursos para a repartição de benefícios entre fabricantes/empresas e comunidades tradicionais detentoras de conhecimentos tradicionais associados (CTA) ao uso do patrimônio genético (PG) no âmbito do protocolo de Nagoya e da convenção da Diversidade Biológica (CDB).

Projetos com financiamento a nível nacional incluíram por exemplo o edital CAPES Pandemias (COVID 19), o edital CNPQ do Programa em Estudos Ecológicos de Longa Duração (PELD) Cidades Inteligentes. Outros exemplos de projetos de extensão nacionais são os dois Termos de de Execução Descentralizada (TED), sendo um voltado ao diagnóstico do risco de fauna nos aeródromos brasileiros em desenvolvimento para a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e outro voltado ao sistema de gerenciamento de dados geoespaciais da Secretaria de Patrimônio da União (SPU). Ao nível de projetos de extensão foram 12 projetos com financiamento em 2020, 7 dos quais em diferentes editais no âmbito do acordo da Vale com UFMG para mitigar impactos do rompimento da barragem de rejeitos da mina Córrego de Feijão em Brumadinho-MG, onde 8 dos nossos docentes participaram.

Destaca-se também o projeto de modelagem de áreas críticas de atropelamento de fauna doméstica e silvestre nas rodovias e ferrovias em Minas Gerais, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Lavras.

No tocante à inserção social, as ações de pesquisa, ensino e extensão praticadas no PPG-AMSA têm culminado na aplicação e na transferência de conhecimento científico em prol da comunidade. Neste contexto, destacam-se projetos de abrangência geográfica macro regional, como a modelagem de estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental para definição do traçado de corredores ferroviários editados pelo Ministério dos Transportes, e mais recentemente a transferência de tecnologia e conhecimento para o controle externo das obras e infraestrutura pelo Tribunal de Contas da União. Outros exemplares se sucesso são: o desenvolvimento de um servidor de mapas e medidas de controle de qualidade dos documentos cartográficos; ações de avaliação e monitoramento de indicadores de qualidade do solo e da água em propriedades rurais em parceria com EMBRAPA e EMATER; e projetos pioneiros de modelagem do uso e conservação da geodiversidade incluindo investigações sobre patrimônio geológico e geoturismo.

No programa está sediado o Núcleo de Referência ISA que desenvolve e aplica duas metodologias oficiais do Estado de Minas Gerais para avaliação da sustentabilidade socioeconômica e ambiental de propriedades rurais (ISA) e o zoneamento ambiental e produtivo de bacias hidrográficas (ZAP). Dentre as ações desenvolvidas está a elaboração em parceria com o Ministério do Meio Ambiente do curso de educação à distância de gestão integrada dos territórios.

No total, nosso corpo docente se envolveu em mais de 40 projetos distribuídos em 9 projetos estruturantes.